Uma análise do livro: Todos os Caminhos Levam a Roma.





O livro escrito pelo casal Scott e Kimberly Hahn no ano de 2002 é uma narrativa muito interessante e viciante de dois protestantes presbiterianos que descobriram no meio de sua vida conjugal o retorno à Casa.

Faço a análise sob o olhar de alguém que é católica de berço, mas que não praticava mais a sua fé até pouco tempo depois da Crisma. Fiquei fascinada com a narrativa principalmente por ter me visto nas descrições e relatos dos Hahn.

O que acontece é que não só quando Scott resolveu se debruçar sobre a Verdade, mas muito mais nos dias de hoje, vê-se como os próprios católicos não sabem mais em quem acreditam e no que acreditam.

Minha família, por exemplo, foi a única que restou a não aceitação das doutrinas protestantes, todos os meus tios por parte de pai e mãe resolveram aderi-las.

Não fixo a ideia da reflexão neste ponto, mas abro para um leque de reflexões acerca do que envolve em ser um autêntico católico.

Nas narrativas Scott tocou em um ponto principal e crucial, de que muitos católicos batizados não sabiam defender a sua própria fé, muitas vezes ele deixou claro no livro que era difícil muitas vezes, ele como recém convertido, encontrar ânimo ao seu redor para que ele próprio vivesse a sua recente fé. O que nos leva ao ponto de que não só nos Estados Unidos, mas aqui também no Brasil, as famílias muitas vezes são formadas pelo viés “católico”, porém passam para quem está de fora uma outra realidade não condizente com a verdadeira fé.

Não temos muitas vezes as bases sólidas para defendermos a Santa Mãe Igreja, somos catequizados por terceiros que dizem conhecer a Verdade, mas que não são verdadeiramente um apóstolo de Cristo. Nas minhas leituras, me deparei com algo crucial da fé Católica que é a Santa Missa, e na questão de como ela está cada vez mais perdendo a Sua piedade, não há uma orientação de como as pessoas devem simplesmente se portar diante do Deus Vivo, e Kimberly faz esse relato na observação de como se comportavam os fiéis na Santa Missa antes de sua conversão, o que naturalmente não lhe encheu os olhos essas condutas.

Não somos incentivados durante a vida a ter um Catecismo e nem a ler as Sagradas Escrituras, um protestante diante de um católico que não faz o seu dever de casa tende muitas vezes a se deixar levar pela memorização de um ou outro versículo e não pela fiel interpretação da Bíblia. Digo isso porque minha primeira Bíblia é datada do ano de 2016 de quando participei de um retiro em um grupo de jovens, até então não tive um contato direto com as Sagradas Escrituras e muitas vezes me omiti e não pude defender a minha Igreja por não saber o que dizer.

O livro gira em torno disso, Scott começa e se questionar ao ler os livros e determinadas passagens se haveria algum erro na Verdade, ele se prontificou a ler muitos livros católicos que o ajudaram a ter uma visão mais acertada da verdadeira interpretação do que Jesus disse sobre a Eucaristia e todas as demais outras controvérsias protestantes até então levantadas em contraposição ao catolicismo.

Outra coisa essencial, Scott teve muitas dúvidas durante a conversão e que muitas vezes não conseguia sana-las sozinho, quando procurava um Padre para tira-las era meio que ignorado, muitos que estão fora de Casa quando recebem um não de um Sacerdote fixam nesse ponto negativo e reduzem a 0 a chance de ir a verdadeira Igreja. É por essas e outras que devemos pensar por outra perspectiva, devemos rezar muito como membros do Corpo Místico de Cristo pelos nossos Sacerdotes e por futuras vocações Sacerdotais, é muito melhor do que pecar em maldizer um integrante deste Corpo Místico. Ainda bem que Scott era persistente.

Um dos relatos mais interessantes e que mais me emocionou no livro foi toda a trajetória que a esposa de Scott fez, Kimberly como mulher e dona de casa, transpassa para o leitor a sensibilidade feminina de ver as coisas, ela que teve seu tempo para a conversão até maior que o de Scott, vive um tipo de secura espiritual, o que mais me impressionou foram os seus relatos de quando ela começou a pesquisar sobre a questão da abertura à vida dos esposos, de deixarem que Deus dê e retire quando Ele quiser.

Isso nos leva a um outro ponto muito crucial nos tempos atuais, qual é o objetivo e fim único de um Sacramento? Se Deus elevou a união de um homem e uma mulher à Sua inteira união, assim como os outros Sacramentos, de renunciarmos a si mesmos e segui-Lo. Digo isso porque quando Kimberly deixou de lado os contraceptivos para deixar que Deus agisse, ela entendeu o recado das Sagradas Escrituras e levou Scott a entender também. Porém, a ideia aqui é deixar claro que sempre a Santa Igreja ensinou isso aos vocacionados, o que não entendo, e talvez, eu tenha minhas respostas com à Luz Divina é que cada vez mais vê-se o medo e a secularização dessa questão, dois se casam, mas terão somente 1 ou 2 filhos, casam-se mas não são abertos à vida.

Longe de querer me intrometer na vida de ninguém e nem nas ideias a respeito do tema, cada um sabe ou pelo menos deveria saber a Quem é chamado. Não cabe a um cristão verdadeiramente católico manipular o próprio corpo e impedir que seja feita a vontade unicamente de Deus. E isso nos leva a um outro ponto muito mais abrangente e que merece ser tratado em uma outra oportunidade que é a questão da vocação natural da mulher, com a quebra das bases do movimento feminista dentre outras querelas que permeiam o assunto.

Contudo, a presente análise se resume em 3 pontos: precisa-se converter os batizados na Santa Mãe Igreja para que sejam católicos fervorosos na busca pela santidade e união com Cristo, capazes de demonstrarem em suas próprias vidas um verdadeiro apostolado. O segundo, mais do que nunca os convertidos não devem negar a sua fé e combater o bom combate assim como São Paulo. E em terceiro, de que devemos rezar muito pela nossa conversão e a de todos, somente a oração poderá fazer com que irmãos protestantes vejam a Verdade e o que diz a verdadeira Igreja, assim como aconteceu com Scott e Kimberly que com a ação do Espírito Santo conseguiram retornar à Casa. No mais, pedimos a intercessão de Nossa Senhora e de todos os Santos para tais graças, por fim, sempre entoarei ao meu Bom Deus de como é bom voltar pra Casa.



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